“Na UFRGS, presenciamos a cada eleição para a reitoria uma situação injustificável de sub-representação dos segmentos mais numerosos da universidade, através da proporcionalidade de 70% para os docentes, 15% para os técnico-administrativos e 15% para os estudantes. É necessário lembrar que essa desproporção se reproduz no cotidiano dos órgãos colegiados da universidade, onde a divisão 70/15/15 é a regra geral.
Se considerarmos que nossa comunidade acadêmica é composta por cerca de 23 mil estudantes, 7 mil servidores e 2 mil professores, nos deparamos com uma iniqüidade manifesta: a cada votação de conselho, ou a cada eleição de reitor, um voto docente corresponde a 15 votos de servidor e 80 votos de estudante. A sobre-valorização da decisão dos professores em relação aos demais segmentos é reflexo de um preconceito arcaico e bacharelesco – típico de uma universidade construída sobre hierarquias. A defesa da atual configuração 70/15/15 se baseia em argumentos semelhantes aos utilizados pelas elites tradicionais contra o sufrágio universal, visto então como uma ilegítima intromissão do povo nas questões políticas. Já é hora de relegarmos ao passado esse autoritarismo e avançarmos no processo de democratização da universidade, reconhecendo as diferenças de cada um dos três segmentos, mas não utilizando-as como base para o argumento conservador e tecnocrático que respalda a divisão 70/15/15. Devemos reconhecer as particularidades de cada segmento e, a partir delas, reforçar nossa consciência democrática e exigir seu direito de representação paritária.
Por isso, nós, enquanto entidades representativas da UFRGS, viemos expressar nosso apoio à proporção paritária na representação de docentes, servidores e estudantes nas deliberações da instituição. Assim, defendemos que cada segmentos desfrute de 33% de participação de acordo com o total votante, como detalha a proposta em anexo. Acreditamos que a adoção da paridade não garante a democracia plena da universidade, mas é um passo importante e urgente nessa caminhada.
As experiências de avanço nessa democratização estão surgindo no Brasil e na própria UFRGS. Recentemente, a Universidade Federal Fluminense aprovou em sessão do Conselho Universitário uma medida para assegurar a proporção 33/33/33 nas eleições da Administração Central, no que vem se juntar à UFSC, UnB e outras. A paridade é um avanço mínimo, mas que a UFRGS permanece negando a seus servidores e estudantes, com base em um raciocínio retrógrado e antidemocrático. Convidamos a tod@s @s servidor@s, estudantes e professor@s da UFRGS a refletir sobre essa situação e assumir como sua essa causa, para que enfim possamos dizer juntos: pela democracia na universidade, é paridade 33!”
Assine o baixo-assinado da comunidade acadêmica da UFRGS pela paridade entre os três segmentos (discentes, docentes e servidores) nos Conselhos de Representação da universidade e colabore com a campanha por uma universidade mais justa e democrática: ABAIXO-ASSINADO PELA PARIDADE 33.
Nenhum comentário:
Postar um comentário